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Doença diverticular dos cólons
“Divertículos são pequenas saculações (pequenos sacos) que surgem na parede do intestino grosso podendo atingi-lo como um todo porém é mais comum no lado esquerdo em um segmento chamado sigmóide. Estima-se que aos 50 anos de idade metade da população, homens e mulheres, tenha divertículos assim como praticamente todos aos 80 anos”. As colocações são do médico, especialista em coloproctologia que atua junto ao Censit, Lizandro Frainer Furlani (CRM 12885).

De acordo com o especialista o seu aparecimento está relacionado à diminuição da ingestão de fibras na dieta, aumento do consumo de carde vermelha e gordurosa, envelhecimento e aumento de peso. O fator genético (história familiar) também está presente. “Chamamos de “diverticulose” a simples presença dos divertículos no intestino grosso. Os pacientes portadores de diverticulose são assintomáticos. Uma pequena parcela destes apresenta algum sintoma, principalmente dor abdominal, mudança no hábito intestinal, estufamento, cólica e gases passando a apresentar a “doença diverticular”. Não há uma relação direta entre os divertículos e o câncer de intestino, apenas alguns sintomas são parecidos”.
Furlani relata que os pacientes com sintomas devem ser investigados para confirmação do diagnóstico e identificação das complicações, sendo empregados exames laboratoriais (sangue, fezes e urina), exames radiológicos (tomografia computadorizada) e a colonoscopia que também fará o diagnóstico diferencial com outras doenças como o câncer de intestino.
De acordo com o profissional a grande maioria dos pacientes com doença diverticular necessita de tratamento clínico baseado principalmente na correção dos hábitos alimentares e eventualmente no uso de analgésicos. O fator mais importante na correção dos hábitos alimentares é o aumento da ingestão de fibras (legumes, verduras, frutas e grãos) na dieta. Não há nenhum problema na ingestão de grãos, sementes ou cascas.
Furlani observa que com a progressão da doença alguns pacientes podem apresentar uma infecção nos divertículos chamada de “diverticulite”. Esta é a complicação mais comum. A suspeita de um quadro de diverticulite ocorre quando o paciente apresenta febre, mal-estar geral, dor permanente no abdômen principalmente no lado esquerdo e parada do funcionamento intestinal, devendo então procurar atendimento médico imediato.
O tratamento da diverticulite é baseado na utilização de antibióticos por via oral nos casos mais simples e por via endovenosa nos casos mais complicados, necessitando internação hospitalar.
O tratamento cirúrgico é reservado para os casos mais graves que não melhoram com o tratamento clínico e evoluem com a formação de abscesso ou peritonite (infecção grave no abdômen), necessitando de cirurgia de emergência onde eventualmente é necessária a confecção de uma colostomia (colocação de parte do intestino grosso na parede do abdômen necessitando de uma bolsa coletora) que neste caso pode ser temporária, sendo revertida em alguns meses.
Conforme o profissional além da diverticulite alguns pacientes podem apresentar hemorragia, que é menos frequente, mas pode ser grave dependendo do volume de sangue perdido. Nesses casos os pacientes apresentam saída de grande volume de sangue pelo ânus muitas vezes acompanhado de taquicardia (aceleração dos batimentos cardíacos), hipotensão (queda da pressão arterial), sudorese e desmaio e devem receber atendimento médico imediato.
Na maioria dos casos o sangramento para espontaneamente, sendo que algumas vezes o tratamento endoscópico através da colonoscopia pode ser utilizado. O tratamento cirúrgico é necessário apenas quando o sangramento persiste apesar do tratamento clínico e endoscópico. “As complicações da doença diverticular podem ser evitadas por um estilo de vida saudável com exercícios regulares, dieta balanceada rica em fibras, ingestão farta de líquido e um hábito intestinal regular, evitando a constipação intestinal”.
